O táxi chega à Torre Eiffel. É o fim daquela viagem. Mas que viagem? O que é que lhe está a acontecer?
Maria sai do táxi. Precisa de ar...
Um vento gélido de Outono bate-lhe no rosto e chama-a à razão. Maria acorda daquele torpor que a invadiu desde que saiu do apartamento de Lisboa.
O encontro com Rodrigo não lha saia da cabeça. Estava em Paris, sozinha. Onde estavam os seus amigos? O seu casamento tinha-a afastado dos amigos. Viveu para o marido, isolou-se. Nos meses após o casamento ainda manteve alguns contactos, mas depois tudo isso acabou. Dedicou-se àquele que pensava ser o homem da sua vida. "-Mas que pensamento mais ultrapassado. O homem da minha vida..." - pensou ao olhar para a Torre Eiffel.
"-Nem filhos tive. Queria tanto tê-los tido. Dois, três, muitos." - não, Maria não tinha tido nem um filho. O que era agora seu ex-marido nunca quis ter filhos. Era cedo, eram novos. Queria viver a vida. E viveu. Ela sim, Maria não... Maria morreu naquele casamento. E era assim que se sentia, morta.
"-Hotel, preciso de um hotel. Mas qual? Tenho frio, preciso de um banho, estou exausta."
- Maria - alguém a chama.
Maria vira-se e a sua expressão transforma-se.
- Rodrigo! Também estás aqui?