Enquanto se dirigia para a porta, pensava:' Não muda mesmo, sempre a quebrar os compromissos!... e se não é ele, quem será... a minha mãe?... mas ela está no Algarve com o marido e a minha irmã!... Ah, às tantas é....'.
Nesse exacto momento abre a porta e dá de caras com D. Rosa, a vizinha do segundo andar. Respirou de alívio e as primeiras palavras que lhe saíram foram:
-Ah, é a D. Rosa...
E antes que a mulher dissesse algo, Maria continuou
-...Desculpe, pensei que era outra pessoa.. .é que estou de saída e pensei que era a minha boleia para o aeroporto!
-Ah, vai viajar, D. Maria... por quanto tempo?
-Para sempre! Respondeu Maria bruscamente, por um lado tentando que a vizinha não fizesse mais perguntas e por outro tentando convencer-se de que jamais voltaria aquela casa!
-E agora vai-me desculpar, D. Rosa, mas é que a minha boleia está atrasada e vou ter de lhe ligar para perguntar o que se passa!
E ao mesmo tempo que dizia estas palavras, empurrava a mulher para a parte de fora do apartamento com uma mão ao mesmo tempo que ia fechando a porta com a outra.
Quando fechou a porta, sentiu-se mal! Nunca tinha sido Assim! Brusca, irónica, mal educada!... e se a mulher estivesse com algum problema e precisasse de ajuda?! Estava a ser egoísta. Não era só ela quem tinha problemas neste mundo!
Não, de uma vez por todas tinha de ir embora e era já!
Pegou no telemóvel, marcou o número do rádio táxi e pediu um táxi para a levar ao aeroporto.